Publicado em: seg, 16/12/2019 - 14:00
Quem já não saiu do sério por causa de uma pessoa difícil?
Pode ser praticamente qualquer um – cônjuge, parente, amigo, colega ou chefe.
Veja o que o Rabi Joseph Richards disse:
“As pessoas incomodam. Portanto, encontre uma pessoa que o incomode menos, e case-se com ela!” Como lidar com essas pessoas difíceis em nossas vidas?
É fácil entrar em fúria ou estado de defesa quando uma pessoa age de modo desagradável ou tenta nos manipular, pensando que estamos demonstrando força. Mas na verdade, estamos sendo fracos ao sucumbir a um impulso para empatar. Retaliar ou tentar nos justificar é, na verdade, acender as chamas da toxicidade, permitindo que a pessoa continue seu comportamento difícil.
Algo inteligente é saber aplicar este ensinamento do sábio judeu Ben Zoma:
“Quem é forte? Aquele que domina sua inclinação pessoal, como está escrito: ¹Aquele que demora a se enfurecer é melhor que um homem forte, e um mestre das suas paixões é melhor que um conquistador de uma cidade.”²
Subjugar nosso impulso para responder à altura não significa permitir que a outra pessoa se comportasse mal. Significa aprender a responder numa maneira que seja respeitosa tanto para nós quanto para o outro. Mudar de simplesmente sentir-se aborrecido por uma pessoa difícil e controlar-se respondendo de modo construtivo, ajudará ela a entender os motivos provavelmente subjacentes para seu comportamento problemático.
Pessoas com comportamento difícil podem tornar-se...
Provocadores de Culpa
Em vez de expressar seus desejos e sentimentos diretamente, fazem os outros se sentirem culpados.
Exemplo: “Vá checar seus e-mails enquanto lavo a louça e coloco as crianças na cama. Sinto que estou começando a ter dor de cabeça, mas dou um jeito. E ainda tenho de acordar cedo amanhã para terminar aquele projeto no trabalho.” (Suspiro)
Motivo subjacente: Eles carecem de autoestima. Consequentemente, não se sentem importantes o bastante para pedir diretamente o que desejam. Podem agir como mártir, esperando que o outro entenda a sugestão. Quando isso não acontece, eles se tornam ressentidos ou deprimidos.
Solução: Encoraje-os a expressar-se claramente. Peça à outra pessoa: “Você quer que eu ajude mais? Por favor, diga especificamente o que deseja. Pode pedir qualquer coisa. Posso não lhe dar a lua, mas se me pedir algo simples, provavelmente direi ‘Tudo bem’”.
O Reclamador
Ele não diz nada quando se aborrece, mas guarda na cabeça cada incidente, e depois solta tudo de uma vez.
Exemplo: “Eu estava esperando você ligar uma hora atrás para dizer que chegaria atrasado para o jantar. Eu deveria ter sabido que você não ligaria, porque não ligou quando atrasou uma hora na terça-feira passada e três outras vezes no mês passado...”
Motivo Subjacente” eles se sentem desconfortáveis fazendo ondas para reclamar. Por fim, como um vulcão, a pressão se acumula e eles cospem aquilo que estava sendo guardado.
Solução: Peça desculpas pela sua parte em causar desconforto. Diga que prefere ouvir o que aborrece a pessoa todas às vezes, em vez de guardar ressentimento acumulado.
O Acusador
Acusa outras pessoas de serem inadequadas, usando declarações que colocam adjetivos não muito amistosos, tais como: “Você é um idiota (ou cretino, ou burro).”
Motivo subjacente: carecem de autoestima e se sentem inseguros expressando-se usando a primeira pessoa, como “Eu estou desapontado (ou frustrado, ou me sinto desrespeitado) pelo seu atraso.” Mais provável é que digam “Você está sempre atrasado,” ou “Você é grosseiro”. Pessoas inseguras que se sentem inferiores aos outros ou temem ser abandonadas poderiam inconscientemente recorrer a culpar ou diminuir os outros, esperando acabar com a autoestima do outro a tal ponto que eles não vão achar que podem encontrar um parceiro melhor.
Solução: Respire fundo uma ou duas vezes, acalme-se para que não responda por impulso. Tente ser objetivo. Pergunte a si mesmo: “Estou errado?” De qualquer forma, responda calmamente: “Sim, sempre chego atrasado, e sei que isso o aborrece. É um problema que eu tenho; tento sempre fazer só mais uma coisa antes de sair.”
Se você perceber que está sendo falsamente acusado, declare calmamente seu desacordo. Se estiver sendo injustamente acusado de mentir, por exemplo, diga: “Sou sincero.” Você também pode pedir educadamente à pessoa para dar um exemplo do que ela está lhe acusando. Como disse Eleanor Roosevelt: “Ninguém pode fazer você se sentir inferior sem seu consentimento.”
Compaixão e Bom Senso
Há três tipos de comportamentos difíceis. Se você está vivendo um desses utilize todo o seu bom senso. Se puder ter compaixão por alguém que tem um gênio difícil, a pessoa sentirá isso e terá menos necessidade de projetar em você suas inseguranças. Você pode se tornar parte da solução usando técnicas de comunicação positiva.
Em qualquer situação, não se deixe cair numa situação tóxica. Se o comportamento persistir, apesar de todas as tentativas levantadas aqui, e outras de sua própria autoria nos esforços para afastar a pessoa de mal com a vida, esteja disposto a se afastar calmamente... Pelo menos naquele momento. Isto esfriará os ânimos.
Lembre-se: Não podemos mudar o comportamento de outra pessoa, podemos apenas mudar o nosso. Como sugere o ensinamento de Ben Zoma, ao usar o autocontrole ao enfrentar alguém difícil, mostramos verdadeira força de caráter. Quando sentimos compaixão pelo outro em nosso coração, transmitimos um senso de que estamos todos juntos nisso, cada qual com os próprios desafios, que são oportunidades para o crescimento pessoal.
Ao responder com sensibilidade e habilidade a uma pessoa com temperamento difícil, aumentamos nosso próprio bem-estar e por tabela, o bem-estar do outro.
NOTAS:
1. PROVÉRBIOS 16:32, 2.ÉTICA DOS PAIS 4:1
Por Reinaldo Oliveira
Pesquisador e Consultor.
NOTA DO EDITOR:
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Os Artigos assinados não representam - necessariamente - a opinião da Unieducar sobre os assuntos abordados.