Americano é eleito o melhor professor dos EUA. Professor brasileiro também estava na disputa

O norte-americano Jeff Charbonneau foi escolhido nesta segunda-feira (22) o Professor do Ano nos Estados Unidos. Jeff ensina química e física para alunos do ensino médio da Zillah High School, em Washington.

O brasileiro Alexandre Lopes , professor de uma escola de educação infantil em Miami, na Flórida, também estava na disputa pelo título junto com duas professoras também do ensino médio. A premiação é realizada anualmente pelo Departamento de Educação dos EUA. O anúncio do ganhador estava previsto para esta terça-feira (23), mas foi antecipado.

Nesta terça-feira, Charbonneau, Lopes e os professores vencedores em cada estado serão recebidos pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca. Eles vão participar de atividades com autoridades norte-americanas até sexta-feira.

Charbonneau é professor há 12 anos e procurou moldar seu trabalho quebrando mitos de que aprender ciências é muito difícil. Ele criou experiências interativas de aprendizagem, como o desafio do robô, para ajudar os alunos a desenvolver a confiança em suas habilidades.

"Saúdo os meus alunos em sala de aula todos os dias, dizendo: 'bem-vindos de volta para mais um dia no paraíso'", diz. "O paraíso deve ser construído, mantido e melhorado a cada dia. Frases como 'não pode', 'é muito difícil' e 'é impossível' são deletadas do nosso vocabulário. Este conceito tornou-se a minha filosofia de ensino, como promover a autoconfiança, o sucesso escolar, a colaboração e dedicação dentro da minha sala de aula, a escola e a comunidade em geral."

Brasileiro chegou até a final
Charbonneau venceu na fase final do prêmio outros três professores, entre eles o brasileiro Alexandre Lopes, natural de Petrópolis (RJ). Lopes emigrou do Brasil para os Estados Unidos em 1995 e, depois de alguns anos trabalhando como comissário de bordo, decidiu mudar de carreira. O brasileiro voltou à faculdade e acabou se tornando professor especializado em educação inclusiva para crianças em idade pré-escolar.

Em entrevista concedida ao G1 na semana passada, Lopes disse que sua intuição era de que não seria o vencedor. "Acho que cheguei até onde podia chegar. Jamais imaginavam que um professor do maternal poderia ir à final deste prêmio nacional", afirmou.

Lopes explicou que, atualmente, o governo norte-americano tem dado ênfase em sua nova política educacional, que inclui a implantação de um currículo único nacional --antes, os estados tinham autonomia para decidir seu currículo mínimo. Porém, as classes de pré-escola são o único nível de ensino que não estão obrigadas a implantar essa norma.

Como o professor do ano tem como incumbência dialogar com docentes de todo o país e apoiar a nova política, o brasileiro acreditava que seriam grandes as chances de um dos outros três finalistas, que atuam no ensino médio, ser escolhido ou escolhida.

O professor brasileiro dá aulas para crianças de três a cinco anos na escola Carol City Elementary, em Miami, na Flórida, além de fazer seu doutorado na Universidade Internacional da Flórida (FIU, na sigla em inglês).
Desde julho do ano passado, porém, ele está licenciado do emprego para honrar os compromissos que assumiu quando recebeu o título de Melhor Professor do Ano da Flórida. Ele foi eleito em um concurso de várias etapas feito entre os mais de 180 mil professores da rede estadual de ensino do estado.

Além de receber dezenas de milhares de dólares em dinheiro e prêmios, como vale-compras, viagens e até um carro, Lopes passou os meses seguintes dando palestras e participante de eventos como representante dos professores da Flórida. Ele ainda passou por novas etapas da seleção nacional do concurso com outras dezenas de professores selecionados em seus estados. Em janeiro, o Departamento de Educação dos EUA anunciou os quatro finalistas, e o brasileiro estava entre eles.

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