Brasil agora é membro do Conselho Diretor do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes

O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta segunda-feira a adesão do Brasil ao Conselho Diretor do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). O programa produz indicadores internacionais de avaliação de qualidade educacional, alcançado com base em levantamentos realizados em 70 países. As pesquisas são aplicadas em jovens de 15 anos, idade em que estudantes já concluíram a escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.

Como associado, o Brasil passará, a partir de janeiro, a participar das reuniões e dos trabalhos do conselho diretor, formado para definir as prioridades políticas do Pisa, programa que é coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Atualmente, o país comparece às reuniões como participante.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que espera que o ingresso do país no conselho diretor do Pisa provoque mudanças em pontos da avaliação. O MEC já contestou, por exemplo, o formato de avaliação aplicado e chegou a sugerir novas regras de definição de amostragem dos avaliados.

"Nós vamos continuar colocando nossas reflexões e, nesse diálogo, vamos buscar aprimorar as ferramentas do programa”, explicou o ministro. “Uma das nossas expectativas é pensar o que poderia ser o Pisa para países da África, como fortalecer o crescimento da educação guardadas as especificidades de cada país”, continuou.

O último levantamento produzido pelo Pisa, em 2010, mostrou que o Brasil está muito atrás das nações de ponta em matéria de leitura, matemática e ciências: entre 65 nações, ficamos na 53ª posição, atrás de Colômbia, México e Uruguai. O resultado da próxima avaliação, aplicada a cada três anos, será divulgado em dezembro deste ano.

Questionado sobre a meta brasileira no Pisa deste ano, Mercadante disse que a colocação do país não é o mais importante. “Na média, os países que estamos comparando são três vezes mais ricos e investem três vezes mais na rede pública de educação. Essa é a diferença. O ranking não é o mais importante, mas sim avaliar como estamos evoluindo”, afirmou o ministro. E continuou, já anunciando que não espera um bom resultado: “No Ideb Índice de Desenvolvimento da Educação Básica nós não fomos bem, simplesmente alcançamos a média. O Pisa não pode ser muito diferente.”

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