Relatório da Fundação World Wide Web — comandada por Tim Berners-Lee, criador do protocolo WWW e considerado o pai da internet — divulgado nesta sexta-feira, na Grã-Bretanha, mostra a situação da rede em 81 países e avalia o quanto ela pode cooperar na difusão da informação e promoção da liberdade. O Brasil aparece na 33º posição atrás, por exemplo, de Colômbia (32º), Uruguai (29º) e Chile (27º). Os problemas de maior impacto na web brasileira são infraestrutura cara, conexão de baixa qualidade e falta de transparência no acesso a informações públicas.
Suécia, Noruega e Grã-Bretanha lideram as três primeiras posições do ranking. Dinamarca, França, Islândia e Coréia do Sul foram os países que apresentaram melhor evolução em relação ao levantamento de 2012, o primeiro publicado: por isso, essas nações entraram para a lista dos Top 10 em 2013.
O ranking analisa quatro indicadores: acesso universal à web (infraestrutura e qualidade da rede), liberdade (de expressão e direito à privacidade), relevância do conteúdo disponível (acesso a informação pública, por exemplo) e empoderamento (a influência da internet na sociedade, economia, política e ambiente).
O único quesito em que o Brasil se destaca é o último. Graças à popularidade das redes sociais no país, os cidadãos têm utilizado a rede como ferramenta de ativismo digital. Foi o que se testemunhou, por exemplo, em junho, durante as manifestações que se espalharam pelo país. Muitos dos protestos ganharam força na internet e, só depois, nas ruas das cidades brasileiras.
No relatório da Fundação World Wide Web do ano passado, Berners-Lee destacou a tentativa de alguns governos em "desligar" a rede. Na ocasião, 76 países entraram no estudo. Na versão de 2013, da qual participaram 81 nações, o levantamento foi focado na ameaça da vigilância digital e nas suspeitas de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos a outros países e companhias estrangeiras. A presidente Dilma Rousseff e a Petrobrás estariam entre os alvos do órgão do governo americano.
Segundo a pesquisa, 76 dos 81 países não adotam boas práticas quando o assunto é intercepção de comunicações eletrônicas por parte do governo. Um terço de todas as nações incluídas no relatório bloqueia conteúdos politicamente sensíveis.
O Marco Civil, projeto de lei que pretende regulamentar a internet no Brasil e que tramita na Câmara dos Deputados, aparece no documento como uma tentativa de defender os direitos dos usuários na rede. "Apesar das preocupações em torno de uma mudança recente no texto que prevê a obrigatoriedade de armazenamento de dados no país, o Marco Civil é notável já que tem como ambição consagrar os direitos dos usuários em uma web livre e aberta", diz o relatório.
Conheça o curso online Informática Geral II: Fundamentos da Programação e Banco de Dados