O contribuinte brasileiro que é obrigado a declarar o Imposto de Renda (IR) trabalhou em 2012, dependendo da faixa de renda, dias, semanas e até mais de um mês só para pagar este tributo, aponta cálculo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) a pedido do G1.
A 'mordida' do Leão varia de acordo com a faixa de renda. Quanto maior é o salário, maior é o valor retido e maior a quantidade de dias trabalhados por ano para pagar o IR. Quem recebe, por exemplo, R$ 3,5 mil por mês, terá trabalhado 10 dias no ano só para acertar as contas com a Receita. Já quem tem um salário de R$ 5 mil, 'entregou' para o Fisco uma remuneração equivalente a 27 dias de trabalho. Enquanto que para quem recebeu um salário de R$ 6 mil, foram 39 dias trabalhados para pagar o IR.
O cálculo do IBPT refere-se ao valor de Imposto de Renda retido na fonte pagadora, levando em consideração as diferentes faixas de tributação e não inclui eventual restituição. A metodologia adotada nas simulações avaliou o peso do IR para contribuintes assalariados, com dois dependentes e renda anual a partir de R$ 30 mil.
Segundo o instituto, não foram utilizadas rendas mensais menores porque estas estão isentas de IR de acordo com o cálculo na tabela regressiva.
Pelas regras da Receita Federal, estão obrigadas a apresentar a declaração neste ano as pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis superiores a R$ 24.556,65 em 2012.
Como vem descontado no contracheque, o IR é um dos impostos que mais incomodam. O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, lembra, entretanto, que este não é o imposto que mais pesa no bolso do brasileiro.
"O imposto sobre a renda não é o principal tributo do país em termos de arrecadação. No Brasil temos uma tributação muito forte no consumo, ao contrário do que o que acontece no exterior, onde é o lucro e o patrimônio que é bem tributado", afirma Olenike.
Segundo o IBPT, em 2012 o brasileiro destinou, em média, 40,98% do seu rendimento bruto para pagar impostos, sendo que os tributos sobre o consumo (ICMS, PIS, Cofins, IPI, ISS) 'morderam' um porcentual correspondente a 23,24% da renda. Já a tributação sobre o rendimento, que incllui o IR, “comeu” 14,72% da renda do brasileiro no ano passado, enquanto que aquela sobre o patrimônio, incluindo IPTU e IPVA, respondeu pela fatia de 3,02%.
Para o IBPT, a tributação sobre o lucro e o patrimônio é mais justa do que aquela que incide sobre o consumo e vendas.
"O IR está entre os impostos mais justos porque é progressivo. Quanto mais você ganha, quanto maior a renda, mais você paga. Mas deveriam existir mais faixas de tributação, porque hoje não importa se você ganha R$ 10 mil ou R$ 100 mil, a alíquota mais alta é a mesma, de 27,5%", afirma o tributarista.
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