No exterior, em 2012, os brasileiros gastaram como nunca: 22,2 bilhões de dólares, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central.
O recorde de gastos provocou um déficit de 15,6 bilhões de reais, também o maior valor da série histórica. Isso porque os estrangeiros gastaram por aqui 6,6 bilhões de reais no ano passado.
O aumento dos gastos acontece mesmo diante de uma valorização do dólar em relação ao real e da desaceleração da economia brasileira.
Desde o final de 2012 o governo tenta equilibrar a desvalorização do real, que chegou a ser cotado a 2,10 reais para cada 1 dólar.
No início de janeiro, a moeda brasileiro foi negociada com o menor valor em dois meses. O que, à primeira vista, parece um contra-censo tem uma explicação: o nível baixo de desemprego e o crescimento da renda do brasileiro contribuem para o turismo no exterior.
"As despesas das viagens internacionais aumentaram nos últimos anos com o acesso da Classe C ao mercado de consumo", diz Bruno Lavieri, economista da consultoria Tendências.
O ritmo de expansão dos gastos no exterior, porém, foi menor em 2012. O avanço de 6% sobre o ano anterior é muito menor do que os 37% de crescimento de 2011 ante 2010.
Para este ano, há possibilidade de os gastos apresentarem retração se a desvalorização do câmbio continuar, o crescimento da economia ficar abaixo dos 3,5% projetados pela equipe econômica e o desemprego subir.
"As despesas internacionais podem apresentar retração se as condições ficarem desfavoráveis", afirma Lavieri.
Os estrangeiros, que seriam beneficiados com o dólar mais barato, vivem uma situação oposta à do brasileiro, principalmente com relação à renda e ao emprego.
Por esse motivo, os gastos de turistas internacionais no país não cresceram.
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