Celular substitui cartão

 

Os celulares deixaram de ser utilizados apenas para fazer chamadas e ganharam várias outras funções. A tendência, segundo especialistas, é que smartphones substituam os próprios computadores pessoais. Agora, mais uma função atribuída aos dispositivos móveis promete revolucionar o modo de vida dos usuários: realizar transações eletrônicas.

Uma das formas de efetuar pagamentos por meio de dispositivos móveis começa a ser implantada no Brasil – a tecnologia NFC (sigla para o termo inglês Near Field Communication, ou comunicação por campo próximo, em português). Associada a smartphones, o recurso permite transações simplificadas e troca de dados entre dois dispositivos que estejam aproximados um ao outro, podendo substituir o cartão de crédito ou débito na hora do pagamento. Basta o cliente aproximar o smartphone ao terminal do estabelecimento e o pagamento é efetuado instantaneamente.

Em parceria com o Itaú, com a TIM e com a Redecard, a MasterCard está realizando testes com a tecnologia em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo a MasterCard, o NFC é ideal para ambientes em que a velocidade no pagamento é considerada importante, como restaurantes fast-food, transporte público, postos de combustível etc. A Visa e a Samsung firmaram aliança global para acelerar a disponibilização de pagamentos móveis em todo o mundo e também já fazem testes no Brasil.

“O cartão de crédito que usamos hoje, de plástico, tende a desaparecer”, afirma Wellington Brito, coordenador dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia Eletrônica da Universidade de Fortaleza (Unifor). Para ele, os cartões serão substituídos pelas novas formas de comunicação, como o smartphone.

O Brasil ainda está dando os primeiros passos. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda está analisando o assunto e verificando a necessidade de certificar a tecnologia CFC. “No momento não há requisitos e nem houve demanda por nenhum fabricante de celular sobre esta facilidade”, afirmou em nota.

De acordo com o professor Rodrigo Cavalcanti, coordenador do grupo de pesquisa em telecomunicações sem fio da Universidade Federal do Ceará (UFC), para que esta tecnologia se popularize, é preciso que tenha baixo custo e que traga vantagens ao vendedor e ao consumidor. “Para competir com um serviço tão bem estabelecido no mercado, que é o cartão de crédito, tem que oferecer um diferencial concreto”, avalia.

Para Cavalcanti, é importante que o sistema chegue a celulares mais simples também, para atingir as camadas mais populares da sociedade. “Muitas pessoas têm celular e não têm cartão de crédito. É preciso baixar os custos”.

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