Diplomatas têm aulas com solução cearense

Desde 2011, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) tem utilizado a internet para oferecer cursos de capacitação para seus oficiais brasileiros de chancelaria lotados nos cinco continentes. Para tornar isso possível, a instituição tem contado com uma solução tecnológica de aulas virtuais desenvolvida no Ceará. Em parceria com Instituto Universidade Virtual - UFC Virtual, da Universidade Federal do Ceará (UFC), o Palácio do Itamaraty já investiu na produção de quatro cursos a distância com o objetivo de permitir a progressão na carreira de seus funcionários que trabalham no exterior. Até agora, cerca de 750 oficiais já foram capacitados.

Para a produção do conteúdo digital, faz-se necessário uma equipe multidisciplinar, que envolve uma sinergia de conhecimentos e experiências. Pedagogos, comunicadores sociais, engenheiros, designers, analistas de sistemas, músicos, entre outros profissionais, participam da estruturação do material digital dos quatro cursos de formação. São os cursos de "Treinamento de Serviço Exterior", " Especialização para Assistente de Chancelaria", "Atualização de Oficial de Chancelaria" e "Capacitação de Oficial de Chancelaria". Os cursos listados sintetizam quatro combinações de grades curriculares a partir de 14 disciplinas diferentes, adequadas aos perfis dos funcionários.

Conteúdo avançado

Até hoje já foram criadas, aproximadamente, 100 aulas online, o que gerou cerca de 500 páginas publicadas virtualmente. O material didático produzido pela UFC Virtual tem conteúdos tecnológicos avançados, como animações vetoriais e interativas, modelagens tridimensionais e jogos, entre outras coisas. Todas as aulas são ministradas no Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) desenvolvido pela UFC Virtual, o Solar. Nessa interface, alunos e professores interagem em videoconferências, fóruns, chats e também por meio da mesma estrutura usada pelos cursos semipresencias da UFC - programa realizado em parceria com o governo federal e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), através do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Segundo o professor Henrique Pequeno, coordenador do Setor de Tecnologia Digital da UFC Virtual, a metodologia dos cursos a distância do MRE foi planejada de olho na realidade dos chanceleres. "Eles estão em postos diplomáticos e não podem se deslocar. Por isso, os cursos foram desenvolvidos inteiramente para a plataforma virtual", explica.

Com módulos semanais, as aulas estimulam a participação dos alunos através de atividades, fóruns e portfólios. Os cursos de capacitação são periódicos e utilizados como pré-requisito para promoção dos servidores. As turmas comportam no máximo 30 estudantes para cada tutor, o que facilita a interação professor-aluno.

Na primeira etapa da construção das aulas digitais, professores conteudistas ficaram responsáveis pela elaboração do material teórico. As disciplinas extras de Comércio Internacional e Promoção Comercial, Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal, Redação Oficial e Comunicação Digital foram inteiramente produzidas por professores de Direito, Filosofia e Computação da UFC, por exemplo.

Por terem conteúdos específicos, o restante das grades dos cursos foram elaboradas por profissionais do Ministério das Relações Exteriores, que se responsabilizaram também pela oferta aos oficiais.

De acordo com o professor Henrique Pequeno, a metodologia tem obtido boa aceitação pelos chanceleres. "Muita gente perdia a oportunidade de crescer na carreira por estar alocado em outro lugar, que inviabilizava o estudo. Hoje, é bem mais democrático. Todos podem participar e progredir", afirma.

Ainda segundo o professor, a educação a distância tem estimulado os profissionais a se desenvolverem no âmbito tecnológico. "Nem todo mundo está afeito às tecnologias, mas através do ensino virtual, as pessoas têm se descoberto e redescoberto nessa área", conta o coordenador do Setor de Tecnologia Digital da UFC Virtual.

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