Escolas privadas vêem demanda de 20 milhões de alunos para EAD

Em uma audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, dia 10, o diretor Executivo e Assessor para Assuntos Econômicos do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo - SEMESP, Rodrigo Capelato, expôs o tamanho da demanda reprimida que há no Brasil para a educação a distância.

Segundo ele, há 20 milhões de pessoas no país com idade entre 25 e 39 anos sem ensino superior, e que querem voltar a estudar, " e eles não vão entrar no ensino presencial". São estas pessoas, que já estão inseridos no mercado de trabalho e possivelmente já possuem família, que podem encontrar na educação a distância sua melhor alternativa.

Ele citou como exemplo que 30% dos alunos de pedagogia no país, compostos de professores que já estão inseridos no mercado, fazem cursos a distância. Para Capelato, "o potencial de crescimento da educação a distância é enorme", e seus dados referem-se apenas ao ensino superior.

A reunião onde Capelato apresentou esses dados aconteceu na Comissão de Educação da Câmara, que discutiu a fusão entre as instituições Kroton e Anhanguera, e ele foi ao encontro como representante destas duas. Capelato apresentou um cenário da educação superior e afirmou que "é preciso utilizar a EAD para que se tire um atraso histórico da educação superior do país".

Capelato respondeu ao questionamento a respeito de que, unidas, Kroton e Anhanguera teriam quase metade dos alunos a distância no ensino superior do país. Segundo ele, ocorre a impressão de que haveria algum tipo de reserva de mercado porque houve por muitos anos um represamento de novos credenciamentos pelo MEC, apesar de o número de alunos inseridos na educação superior ser muito baixo e a demanda reprimida enorme.

O executivo do Semesp também afirmou que a "verdadeira" inclusão educacional está sendo feita pelas instituições privadas de ensino, e citou como exemplo o mix de alunos das empresas Kroton e Anhanguera, composto majoritariamente das classes C (29,8%), D (31,2%) e E (32,4%), sendo apenas 6,6% da classe A/B. "Vocês pensam que é assim na universidade pública?", perguntou Capelato.

Os deputados questionaram o fato de a empresa educacional ter ações na bolsa de valores, o que indicaria uma preferência ao lucro em relação à qualidade. Capelato respondeu que o preço das ações é sustentado pelos indicadores de qualidade dos cursos da instituição, e que a educação é um dos setores da economia mais regulados.

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