O lucro líquido da Coca-Cola no segundo trimestre deste ano chegou a US$ 2,68 bilhões, mostra balanço publicado pela americana nesta terça-feira. Na comparação com o mesmo período de 2012, a queda foi de 4%, influenciada por um crescimento mais fraco do volume de vendas ao redor do mundo.
A receita líquida, ao mesmo tempo, recuou 2,6% no trimestre, para US$ 12,75 bilhões. As vendas globais subiram 1%, sendo que na América do Norte houve baixa de 1%, com os Estados Unidos consumindo menos bebidas não alcoólicas no período. Na Europa, foi registrado recuo de 4%.
Excluindo efeitos cambiais, gastos com reestruturação e alguns problemas com impostos, o lucro por ação da empresa chegou a US$ 0,63 — exatamente o valor que analistas consultados pela Thomson Reuters previam. A previsão para a receita era de US$ 12,96 bilhões, um pouco acima do apresentado pelo grupo.
O balanço decepcionou o mercado. Por volta das 8h55 (horário de Brasília), as ações da Coca-Cola recuavam 3,7% no pré-mercado da Nyse, bolsa de Nova York. Os papéis eram cotados a US$ 39,52.
“Nosso resultado ficou abaixo do que esperávamos, refletindo as dificuldades do ambiente econômico no mundo todo e também o clima mais gelado do que o normal no trimestre”, comentou, em nota, o presidente da companhia, Muhtar Kent. “Mas estamos comprometidos em incrementar nosso balanço e acreditamos em melhoras no segundo semestre.”
A maior fabricante de bebidas do mundo foi afetada ainda de abril a junho pelo aumento dos gastos. Com as commodities mais caras, os custos de produtos vendidos atingiram US$ 4,99 bilhões, caindo 4,5%, mas as despesas gerais e administrativas recuaram apenas 3%, para US$ 4,38 bilhões. A margem operacional ficou praticamente estável, em 25,4%.
Resultado decepcionante
O resultado do segundo trimestre da Coca-Cola foi “decepcionante em termos de volume” por conta das condições macroeconômicas ao redor do mundo, do clima desfavorável e do fortalecimento do dólar no período, comentou o diretor financeiro do grupo, Gary Fayard, em entrevista ao site americano “CNBC”.
Mas, de acordo com o executivo, a empresa já havia alertado que uma hora o cenário iria afetar suas operações. “O que não esperávamos é que todos os países apresentariam enfraquecimento da economia e o setor inteiro perdesse ritmo no âmbito global”, acrescentou.
Mesmo assim, Fayard acredita que o desempenho vai ser retomado no segundo semestre do ano. O que pode continuar a segurar os resultados da Coca seria a variação das moedas. “O dólar continua subindo há algum tempo”, lembrou.
Em termos de previsões internacionais, o executivo afirmou que a Europa encontra-se em “recuperação de longo prazo” e que a economia no continente continua “muito frágil”. Na China, o consumo foi classificado por ele como “mais lento que o esperado”.