Nosso voto pode mudar quase nada

O ministro Marco Aurélio Mello, que deixou a presidência do TSE nesta terça-feira (13/05), diz em evento que “Somos responsáveis pelos maus políticos que nós temos”. A afirmação é injusta e põe nos ombros do povo uma responsabilidade que não é de toda sua.

Ao eleitor não resta escolha a não ser votar nos políticos “apresentados” pelos partidos. Ora, se você, eu ou qualquer outra pessoa tivéssemos o interesse legítimo de postular qualquer posição política, teríamos que nos submeter a toda a politicagem (no pior sentido da palavra) que domina tais facções políticas.

Já se foi o tempo em que falávamos de ideologia político-partidária. Esse é um tabu que caiu no Brasil há anos. Então, para que servem os partidos políticos? São instituições que se interessam por si mesmas e pelos seus respectivos componentes. Só!

Ocorre que sempre que ao assunto vem à tona, a imprensa especializada na matéria política deixa de exibir um contraponto que seria importantíssimo. A necessidade de termos no país partidos políticos. Para que servem? A quem servem? O que o país ganha com a sua existência?

Está na hora de levantarmos essa discussão. Até porque 99,99% da população sequer tem noção de tal possibilidade. Por que não permitirmos a candidatura de independentes?

A imprensa acaba de denunciar o uso de verbas públicas em interesses particulares por parte do PT e PR usaram fundo partidário em defesa dos mensaleiros.
A boa notícia talvez tenha vindo das declarações do novo chefe do TSE, ministro Dias Tófolli, defendendo um sistema baseado em condições de competição igualitária (leia-se financiamento de campanha limitado e com regras claras). Se esse sistema permitisse a candidatura de independentes, dando-lhe o mesmo tempo de TV, Rádio, seria melhor ainda.

Sei que pode parecer utopia, mas só será algo inatingível se nos negarmos a debater o assunto. Não podemos é ouvir calados acusações como as do ministro Mello, Pois uma mentira dita mil vezes se torna verdade. E uma meia verdade é igual a uma mentira, pelo menos para mim.

Juracy Soares
Coordenador Acadêmico da Unieducar Inteligência Educacional
juracy.soares@unieducar.org.br

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