Promotoria da Itália pede prisão de Dolce e Gabbana por evasão fiscal

Os estilistas italianos Domenico Dolce e Stefano Gabbana podem ser presos por dois anos e meio pela acusação de evasão fiscal, disse um promotor de Milão nesta quarta-feira (29).

Dolce e Gabbana são acusados de não declarar impostos sobre os royalties de cerca de 1 bilhão de euros em um dos poucos casos fiscais de alta notoriedade a ir a tribunal na Itália.

Os estilistas, que têm a cantora pop Madonna e a modelo Naomi Campbell entre os seus clientes e se inspiram no estilo da "doce vida" na Itália da década de 1950, negaram as acusações.

Os promotores dizem que os dois venderam as marcas D&G e Dolce&Gabbana para a empresa de fachada Gado, criada em 2004, em Luxemburgo, para evitar o pagamento de impostos na Itália, onde o imposto sobre empresas estão entre as mais altas do mundo.

O promotor Gaetano Ruta disse nesta quarta que Dolce e Gabbana foram as pessoas que "indiretamente" mais se beneficiaram com a operação. "A Gado era 80% controlada pela D&G, que por sua vez pertencia 50% cada por Dolce e Gabbana", disse Ruta.

O último governo da Itália lançou uma repressão sobre sonegadores de impostos que contou com batidas policiais a indivíduos ricos, o que foi amplamente noticiado. Por toda a Europa e em outros lugares governos estão perseguindo as empresas para que paguem retornos justos sobre os seus lucros. Processos fiscais anteriores envolvendo celebridades na Itália levaram a acordos extra-judiciais.

Em 2000, o falecido cantor de ópera Luciano Pavarotti pagou mais de 12 milhões de dólares em impostos atrasados, enquanto o ex-campeão mundial de Moto GP Valentino Rossi concordou em pagar 51 milhões de dólares à agência tributária da Itália, em 2008.

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