A zona do euro entrou oficialmente, nesta quarta-feira, em sua mais longa recessão desde o início da série histórica, em 1995. O Produto Interno Bruto (PIB) do bloco registrou contração de 0,2% no primeiro trimestre do ano - a sexta queda trimestral consecutiva. No último trimestre de 2012, a contração foi de 0,7%.
A contração da economia da região ficou acima da esperada pelos analistas. Economistas consultados pelas agências Reuters e Dow Jones, por exemplo, esperavam recuo de 0,1%. Nove economias da zona do euro registraram retrocesso no primeiro trimestre. O resultado destacou o impacto devastador da crise de dívida na zona do euro, que levou a um desemprego recorde de 19 milhões de pessoas na região.
A Alemanha, maior economia do bloco, registrou nos três primeiros meses do ano um leve crescimento de 0,1% (depois de fechar 2012 com queda de 0,7%), enquanto a França, segunda economia da zona do euro, registrou retrocesso de 0,2% e entrou oficialmente em recessão. Trata-se da segunda vez em que a França entra em recessão em quatro anos.
Para o acumulado do ano passado, o Instituto Francês de Estatísticas mantém a estimativa de crescimento zero, depois da revisão para baixo do aumento do PIB no terceiro trimestre (0,1% em vez de 0,2%). Em 2013, o governo francês acredita em um crescimento do PIB de 0,1%.
A confirmação de que a França entrou em recessão é mais um problema para o presidente François Hollande, que completou recentemente seu primeiro ano de governo com uma impopularidade recorde e indicadores econômicos alarmantes. Pela primeira vez se superou o número dos cinco milhões de desempregados, além de manifestações contrárias tanto por parte da direita como da esquerda.
A Espanha registrou contração de 0,5% no primeiro trimestre de 2013 e permanece em recessão, situação na qual o país se encontra desde o fim de 2011. No último trimestre de 2012, a economia espanhola registrou queda de 0,8%.
Em ritmo anual, o PIB da eurozona caiu 1%. Já o PIB do conjunto da União Europeia (UE) caiu 0,7%.