Publicado em: ter, 15/09/2020 - 20:19
“Existem pessoas que apenas querem que algo aconteça
e outras que tomam uma atitude e fazem acontecer.” Michael Jordan
A partir de fevereiro de 1981, então com 14 anos, eu sabia que teria pela frente os três anos de colégio mais difíceis de minha vida. E esse era o lapso temporal que me separava da oportunidade de começar a trabalhar. Isso mesmo. O desafio agora seria o de concluir o ‘2º grau’ (ensino médio), prestar vestibular, ser aprovado e iniciar uma faculdade, fosse essa qual fosse. Essa era a altura do ‘sarrafo’ que eu teria que ultrapassar para poder começar a ganhar meu próprio dinheiro e iniciar assim a construção de minha independência financeira.
Apesar de eu já ter solicitado permissão à minha mãe para trabalhar mais cedo, ela condicionou minha entrada no mercado de trabalho à aprovação em um vestibular para um curso superior. É que desde o falecimento de meu pai, sentia-me inquieto para poder trabalhar, ganhar dinheiro e colaborar com as despesas casa e – principalmente – não ter que pedir dinheiro à minha mãe, para aliviá-la desse peso.
Bom, mas como tinha que saltar mais esse obstáculo, corri atrás! A primeira providência que tomei foi a de pedir à minha mãe a substituição de colégio. Não que o colégio no qual estava matriculado não fosse bom. Pelo contrário! Eu julgava que aquele colégio era extremamente rigoroso. Havia passado quatro anos (da 5ª à 8ª série) como um verdadeiro ‘aluno cobra’. Isso mesmo! Após deixar o colégio em Recife e ingressar no colégio em Fortaleza, senti muito a mudança do nível de exigência. Se antes era um passeio ser aprovado e passar ‘por média’, agora eu somente conseguia ser aprovado ‘me arrastando’ feito cobra!
Aqui vou aproveitar e pedir licença para abrir parênteses: desde criança eu tinha a pura convicção de que os colégios nos empurravam um monte de conhecimento inútil. Ficava muito aborrecido e me sentia injustiçado por ter que aplicar tanta energia e tempo na arte de ‘decorar’ fórmulas, conceitos, regras e exceções que eram (e ainda são) completamente inúteis para mim e para milhares de estudantes.
E hoje mais ainda, já que o conteúdo que os alunos são obrigados a ‘decorar’ está plenamente disponível e em permanente mutação. De que adianta obrigar um aluno a ‘decorar’ a população de um determinado país? Que utilidade isso tem?
Certamente a base curricular seria de maior utilidade se o paradigma a ser cumprido – em vez de aprovação no vestibular (atualmente, pontuação no Enem) – fosse o de preparação para uma vida voltada aos valores éticos; cívicos; de inovação; educação financeira e empreendedorismo. Em vez disso, empurram milhares de informações inúteis e que simplesmente atrasam o desenvolvimento dos jovens, ao invés de prepará-los para a vida real.
Enquanto os colégios estão presos na armadilha de apresentarem as melhores notas no Enem, as faculdades – por sua vez – estão presas na armadilha das notas do Enade. Ou seja, a preocupação não é formar o aluno para empreender em sua área profissional. A preocupação é estampar anúncios como ‘a melhor escola/faculdade segundo o Enem/Enade’.
Quanta mediocridade não?
Somente hoje, aos 53 anos, enquanto atualizo este livro em sua 2ª edição, reparo um movimento nacional tendente a transformar essa triste realidade, fazendo a transposição para um novo modelo focado em matérias que podem ser escolhidas pelo estudante, agregadas a uma base mínima obrigatória de disciplinas. Torço para que a mudança realmente ocorra e que seja para melhor.
Só para fechar esses parênteses e podermos avançar, vou demonstrar, na prática, o nível de inutilidade de alguns conteúdos exigidos: Na disciplina de Língua Portuguesa, uma das (centenas) de regras de acentuação em vigor até 2012 eram aplicáveis a palavras como: ideia; assembleia; alcateia, dentre outras. A acentuação obedecia à seguinte regra de acentuação: paroxítonas com os ditongos abertos “ei” recebem acento.
E a explicação era a mais ‘lógica’ possível: “se não puser o acento, não será idéia, será ideía”. Aí vem o acordo ortográfico, muda a grafia da palavra, derruba o acento e a palavra continua com o mesmo som, a mesma pronúncia. Vai entender!? Ou seja, a regra era mais uma ‘conta de chegada’ do que algo construído de forma lógica, racional. O mais puro devaneio de gramáticos, completamente absorvidos na mais celestial tarefa de criar regras e pontuar exceções às mesmas regras.
Creio que a disciplina ‘Leitura e Interpretação de Textos’ poderia ser mais útil e mais efetiva para transmitir esse conteúdo.
Na outra ponta, disciplinas como Empreendedorismo, Ética, Civismo e Educação Financeira, por exemplo, são solenemente ignoradas nesses currículos de escolas e faculdades. Então nossos alunos saem formados em suas respectivas áreas simplesmente com parte do conhecimento tecnológico, com ZERO conhecimento empreendedor.
Pronto! parênteses fechados. Vamos seguir em frente com nossa história.
Bom, como estava dizendo, tinha decidido mudar de colégio para um menos rigoroso, onde pudesse perceber – na minha opinião – um nível de exigência compatível com o tipo de desafio que estaria prestes a enfrentar ao fim do terceiro ano.
O pior é que eu já vinha pedindo isso à minha mãe desde o fim do primeiro ano de estudos no colégio em que fui matriculado ao mudar de cidade. Ocorre que, como eu estava sempre ‘em recuperação’, minha mãe sempre repetia: “meu filho, como vou fazer sua matrícula na série seguinte, se não sabemos se você vai realmente passar de ano?” Putz! Aquilo, para mim, era uma armadilha. Um beco sem saída.
Mas, os anos se passaram e, como verdadeiro ‘aluno cobra’, me esforçava muito aos 45 do segundo tempo e conseguia, invariavelmente, ser aprovado para a série seguinte. Em diversas ocasiões minha mãe me propôs que eu ‘repetisse o ano’. Ela ponderava que talvez fosse uma boa escolha, já que dessa forma eu poderia ‘fazer aquela série bem-feita’. Eu, imediata e energicamente retrucava: ‘Negativo! Vou passar e vou me matricular na série seguinte’.
Bom, o certo é que minha mãe atendeu aos meus pedidos e me matriculou no colégio que eu havia apontado. Novamente passei pela ‘recuperação’, na 8ª série (à época, a última), e no ano seguinte iniciava a última jornada como estudante secundarista (mais três anos no ensino médio) rumo à universidade.
Minha chegada ao novo colégio para cursar o 1º ano do segundo grau foi bastante impactante. Dentre as características que me chocaram, posso listar as mais relevantes:
1.: Nesse colégio o tamanho da classe e a quantidade de alunos era impressionante. Se antes eu tinha 29 colegas em sala, passava a ter agora mais de 50;
2.: Todas as provas eram realizadas replicando o exato modelo de provas de vestibular, com respostas no mesmo tipo de cartão e resultados sendo exibidos em listas coladas nos corredores; e
3.: Ranqueamento (classificação) de alunos por ordem de salas, séries e até por ordem de todos os colégios do grupo.
Fiquei muito impressionado com aquele novo estilo de provas, ranqueamento etc. Não sei se por conta disso; do fator motivação, ou por conta de ter sido uma escolha minha, ou ainda por conta da diferença do nível de exigência das provas, no fim do primeiro semestre eu estava classificado como um dos melhores alunos de toda a organização educacional.
O certo é que aquele modelo – para mim – era algo mais compatível com tudo aquilo que eu esperava de uma entidade educacional. Mesmo estando presos a todas as amarras de base curricular, erámos tratados com um grau maior de ‘liberdade’, que certamente requeria um outro nível de maturidade e responsabilidade de nossa parte.
O último ano do 2º grau seria o último de colégio para mim. Novas experiências pela frente. Mudamos de sede para uma destinada exclusivamente aos estudantes em fim de curso e àqueles que estavam fazendo o ‘cursinho’ (destinado aos que já haviam concluído o 2º grau, mas não haviam sido aprovados no vestibular de primeira e se matriculavam para continuar estudando e tentando).
Nessa nova sede, as mudanças se acentuaram. Minha sala de aula comportava agora 150 alunos. Era em forma de anfiteatro. As chamadas ocorriam uma vez por semana. E você não tinha obrigação de assistir às aulas. Só não podia entrar ou sair no meio de uma aula ou ficar perambulando entre os corredores, e principalmente fazendo barulho. Então, caso não desejássemos assistir à determinada aula, poderíamos ir, por exemplo, conversar na pracinha ao lado.
Mas eu sentia-me obrigado a assistir às aulas. Não me via confortável deixando a sala de aula e desperdiçando aquele tempo precioso, jogando fora oportunidades de aumentar meus conhecimentos para aprovação no vestibular, dentro de alguns meses. Mais ensinamentos voltados à formação de caráter, fortalecendo minha noção de responsabilidade para comigo mesmo e para com minha família. Afinal de contas, eu teria que dar um salto de qualidade de vida. E como minha mãe sempre ensinava, isso somente seria possível por meio da Educação.
Chegando ao final do 3º ano do ensino médio, os preparativos para o vestibular se intensificavam. Contudo havia, antes dessa etapa, uma definição que dependia de mim: que curso escolheria? Devido à ausência de uma orientação paterna, ou outra que pudesse julgar mais qualificada, decidi por mim mesmo. Optei pelo curso de Ciências Contábeis. Como havia tido aulas de Contabilidade nos três anos do 2º grau, percebi que poderia ser um bom curso para iniciar uma carreira. Na verdade, o colégio nos havia habilitado – em nível de 2º grau – como ‘Auxiliar de Escritório’, conforme consta no referido certificado de conclusão.
Como minha mãe já havia dado o ultimato de que teríamos que ser aprovados em uma universidade pública, inscrevi-me na UFC – Universidade Federal do Ceará para prestar vestibular para tal curso. Isso porque a outra opção de vestibular para o mesmo curso era em uma instituição privada. E eu já havia sido informado de que não teríamos recursos para bancar meus estudos em uma faculdade particular.
Ao longo de todo o ano anterior ao que deveria prestar vestibular, eu observava muitos de meus colegas ‘comerem’ os livros de Matemática, Química, Física, Biologia, dentre outros. Mesmo conseguindo bons resultados nas provas do colégio, jamais fui aquele tipo de estudante que se dedicava intensamente aos estudos. Procurava sempre prestar bastante atenção às aulas e fazia muito esforço para revisar o conteúdo estudado diariamente.
Nesse sentido, eu estava certo de que aqueles meus colegas CDF´s teriam certamente 100% de chances de serem aprovados de primeira em qualquer curso que escolhessem fazer. Lembro bem de pensar comigo mesmo: ‘puxa vida, como eu queria ser estudioso como esses caras’.
Bom, ciente de que eu era um estudante tipo mediano, procurei traçar uma estratégia de abordagem para aquela verdadeira guerra que era o vestibular. Eu teria que bolar uma maneira de ‘ser aprovado no vestibular’, de qualquer jeito.
Nos anos 80, os vestibulares ocorriam em dois períodos. No primeiro, logo após o fim do ano letivo escolar, geralmente eram aprovados os estudantes com melhor conhecimento. No segundo, que ocorria na metade do ano, aqueles com rendimento um pouco mais baixo (que eu acreditava, fosse o meu caso) eram aprovados. O motivo? Os melhores já haviam sido aprovados nas vagas ofertadas no vestibular do início do ano.
Sabendo disso, montei a ‘tática de combate’. Me inscrevi para o curso que eu realmente queria na universidade pública que o ofertava. E me inscrevi em um curso ‘fácil de passar’ em outra universidade pública que não ofertava o curso pretendido.
A estratégia era a de não ficar com a autoestima em baixa, caso o que eu esperava, acontecesse (não ser aprovado no curso pretendido, na universidade pública). Nesse caso, restaria a aprovação em um curso qualquer. Isso me daria o trunfo para quando perguntassem: “passou no vestibular?”. A resposta seria: “sim, passei!”. Pensava que assim eu poderia ter tranquilidade na cabeça para seguir estudando para o vestibular do meio do ano. Aí sim, avaliava, seria mais factível minha aprovação.
Afinal de contas, eu ponderava que passar anos de minha vida estudando e, ao prestar vestibular, ter que dar um ‘não passei’ como resposta seria frustrante.
Por incrível que possa parecer, adotei uma medida para preservar minha sanidade mental e poder tornar factível o alcance da meta alguns meses depois. E assim eu fiz. Inscrevi-me em um curso ‘fácil de passar’ na UECE – Universidade Estadual. Eu estava pondo em prática um ‘Plano B’ para manter minha sanidade mental e seguir com estímulo e calma, estudando para atingir o real objetivo.
O ano de 1983 terminou. E a semana de resultados me revelou algo inesperado. Fui aprovado na UFC, para minha completa surpresa. E na UECE fui parar nas páginas dos jornais, pois fui aprovado em 3º lugar. E lá estava eu posando como uma das ‘melhores cucas do vestibular’.
Foi com muita alegria que deixei que raspassem minha cabeça. Agora sim, com apenas 16 anos, em janeiro de 1984, recebia a informação de que havia sido aprovado em meu primeiro vestibular. Agora teria oportunidade de estudar em nível universitário (gratuitamente) e já estaria livre para procurar emprego.
Creio que para minha mãe foi uma vitória fantástica. Ter um filho que ela criou com tanto esforço e sacrifício aprovado em uma universidade pública, tida como uma das melhores do país, foi realmente um alívio. Creio que um sentimento bom de ‘missão cumprida’.
Agora eu estava com 16 anos de idade. Como ‘estudante universitário’ sentia-me em outro nível, o que de fato era verdade. Sentia também que, dali para a frente, tudo ia depender cada vez mais de mim mesmo.
E eu não via a hora de poder avançar em meus objetivos, aplicando meu tempo em conhecimentos profissionais, buscando a primeira oportunidade para mostrar, profissionalmente, minha vontade de realizar e aprender cada vez mais. Desde a morte de meu pai eu sentia agora que daquele momento em diante eu poderia realmente avançar e fazer a diferença. Eu sentia que poderia me equipar com as ferramentas certas para me transformar em um profissional completo, responsável, diligente, zeloso com minhas atividades e especialmente comprometido com minha formação profissional continuada.
Dali para frente eu passaria a aproveitar todas as oportunidades que aparecessem em meu campo de visão em termos de qualificação profissional, capitalizando assim mais chances de poder atuar em empresas das mais variadas atividades.
Eu havia aprendido muito com a observação constante de todos e tudo à minha volta. Percebia pelos diálogos entre familiares, colegas, professores e até mesmo em filmes e livros que:
OS MAIS QUALIFICADOS FICAM COM AS MELHORES OPORTUNIDADES.
Eu também havia aprendido que se você quer algo, deve ‘pagar o preço’. Jamais me convenci de que sentar e orar iria me trazer o que eu queria. A vida havia me ensinado até aquele ponto que tudo pode estar ao nosso alcance, mas é necessário que nos esforcemos para atingir cada um dos alvos marcados. Afinal, até mesmo na palavra OrAÇÃO, a ‘ação’ está presente.
A partir daquele ano um novo horizonte se abriria para mim. Queria o quanto antes ganhar meu próprio dinheiro, ter o prazer de colaborar com algumas despesas de casa, como a conta de água e energia, por exemplo.
Mas não conseguiria ficar esperando até aquele ‘estágio ou emprego’ cair do céu. Nunca fui de desperdiçar meu tempo. Como já havia tido algumas experiências empreendedoras, com a venda de frutas, peixes, e selos, teria que atuar em outras áreas para fazer uma grana.
Foi aí que vieram outras sacadas. Nessa época eu praticava o surfe. E como o recurso era escasso, logo no início eu tive que comprar sempre pranchas usadas e em péssimo estado de conservação. Para viabilizar a prática, tive que aprender a consertar essas pranchas. Descobri uma loja no centro da cidade que vendia a matéria prima (resina e fibra de vidro) e pedi a um colega mais experiente que me ensinasse a técnica.
Daí surgiu uma ‘oficina de conserto de pranchas’ no quintal da casa de minha avó. Passei a consertar as minhas pranchas, e eventualmente as revendia com algum lucro. E alguns colegas me pediam consertos, que eu cobrava, ganhando algum trocado.
Como não tinha dinheiro para comprar EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, após lixar a resina, ficava – invariavelmente – com o corpo completamente coberto pelo pó da fibra de vidro. Você não tem ideia de como aquilo coça a pele e irrita os olhos. Solução? Após uma tarde de lixamento, tinha que correr ao redor do quarteirão até suar muito, para que o suor naturalmente aliviasse o incômodo antes de tomar um banho.
Seguindo a onda do mercado do surfe, descobri também como utilizar a técnica do Silk-Screen, ou serigrafia. Uma loja especializada, também no centro da cidade, promovia cursos e vendia produtos (tintas, solventes, rodos etc.) e serviços (revelação e gravação de desenhos nas telas de serigrafia).
Aprendi a técnica do decalque e copiava imagens de revistas de surfe em papel manteiga com caneta de nanquim. O resultado eram figuras bem bacanas, que eu mandava gravar em telas e imprimia em camisetas que eu comprava, mas sempre partindo de um pedido para o qual eu recebia uma parte do pagamento como ‘sinal’. Afinal de contas, eu não tinha capital de giro e não poderia arriscar a ficar com ‘estoque encalhado’.
Naquela época, muitos de meus colegas surfavam ou gostavam de camisetas com motivos de surfe. Acontece que como eram caras e escassas, aproveitei a oportunidade e produzi algo que supriu uma lacuna de mercado que enxerguei naquele momento.
Perceba que a essa altura, eu também havia dominado a técnica de aplicar uma parte de meus ganhos na compra de equipamentos que me proporcionariam a entrada em outras atividades. Eu havia utilizado parte de meus ganhos com os peixes ornamentais para financiar a compra de material de conserto de pranchas e em seguida, usei essas reservas para ingressar no mercado da ‘Surfwear’.
MENSAGEM DO CAPÍTULO: Tenha em mente quais são os seus objetivos. Estabeleça data para o alcance de cada um desses.
Se você diz: ‘Eu quero iniciar uma atividade empreendedora num futuro próximo’. Esteja certo de que todo dia, essa frase repetida, adiará eternamente essa data (futuro próximo).
Daí uma conclusão que poderemos tirar é: esse futuro próximo estará sempre próximo, mas eventualmente jamais chegará para você.
O que você tem que fazer é estabelecer uma data para que – a partir dessa definição – você passe a adotar todas as medidas para o alcance de tal objetivo na data que você estabeleceu.
Vamos a um exemplo prático? Vamos supor que você deseje realizar um curso ou intercâmbio profissional no exterior. Vamos imaginar que você quer estudar um ano em Portugal. Então se você diz: ‘Eu quero estudar um ano em Portugal’, mas não define a data. Você condenará essa iniciativa ao completo fracasso, simplesmente por não definir a data.
Contudo, se você afirma: ‘Em setembro do ano que vem eu irei estudar um ano em Portugal’, aí você se dá conta de uma série de providências que deverá adotar para a materialização desse projeto. Vamos a essas?
1.: Se você ainda não possui um passaporte, terá que agilizar as medidas burocráticas para a obtenção desse documento, sem o qual não poderá viajar ao referido país. Se você já possui o passaporte, verifique se estará válido, com pelo menos o tempo extra para o qual deverá permanecer naquele país. Consulte um agente de viagens experiente para tirar essa dúvida;
2.: Em seguida, comece a poupar dinheiro para fazer frente às despesas com passagens, hospedagem, alimentação e o curso propriamente dito;
3.: Comece a pesquisar ou contate uma agência de viagens para pesquisar passagens em promoção para o período no qual deseja viajar; e
4.: Pesquise sobre opções de empresas especializadas na realização desse tipo de curso ou intercâmbio que você pretende fazer. Peça a conhecidos que já realizaram esse investimento que lhe passem suas impressões sobre a empresa.
Olha só. Acima listei apenas quatro das muitas outras medidas que você terá que tomar, hoje, para materializar seu sonho daqui a um ano, por exemplo.
Perceba que se você não definiu uma data, jamais se sentirá obrigado a adotar as providências a tempo de concretizar seu objetivo.
Novamente: não espere sentado pelo alcance de seus objetivos traçados. Utilize esse tempo no qual trabalha para que suas metas se concretizem para atuar profissionalmente de modo a não ficar paralisado.
Lembre-se que a atividade profissional – mesmo que desenvolvida em áreas afins - pode eventualmente se revelar como um novo e promissor nicho de atuação, que certamente deve ser explorado. Esse ‘exercício’ deve ser encarado como um ‘aquecimento’ para outras atividades, no qual você amealhará experiências com os erros e acertos do caminho.
Muitas vezes a paralisia nos afeta mentalmente, derrubando nosso ânimo e criando uma ‘muralha’ praticamente intransponível. Cuide para que sua sanidade mental seja preservada.
Praticar atividades físicas diariamente é uma das boas maneiras de se preservar essa condição psicológica. Manter uma rotina agradável de atividades físicas diárias vai promover uma série de ganhos não só físicos, mas principalmente mentais e psicológicos, que vão turbinar sua performance social, pessoal, profissional e criativa.
Prof. Dr. Juracy Soares
Esta é a 2ª versão do meu livro Enriqueça Dormindo. Decidi quebrar uma tarefa grande (escrever ou revisar um livro) em várias tarefas pequenas, publicando um artigo (capítulo) por semana. Sou professor fundador da Unieducar, fundador e Editor Chefe da Revista Científica Semana Acadêmica. Sou graduado em Direito e Contábeis; Especialista em Auditoria, Mestre em Controladoria e Doutor em Direito; Possuo Certificação em Docência do Ensino Superior; Sou pesquisador em EaD/E-Learning. Autor desse livro que compartilho em forma de artigos, gratuitamente na Internet.