Publicado em: sex, 16/06/2023 - 14:36
A palavra “Gestão” tem origem no termo latino “gestione”, compreendido como o ato de administrar ou de gerir recursos, humanos ou materiais, com alguma finalidade. No campo empresarial, a expressão é amplamente utilizada para definir o ato de dispor de forma eficaz os recursos disponíveis para o alcance de determinadas metas.
A Gestão Pública, por sua vez, procura concretizar objetivos de interesse público com foco nas pessoas e por meio de uma atuação estratégica e descentralizada, priorizando a eficiência e ampliando a participação da sociedade. Seu enfoque está em resultados, adotando uma abordagem avaliativa e participativa, com fundamento na tecnologia e com a aplicação de soluções inovadoras para viabilizar seus objetivos. No setor público, a gestão incorpora o conceito de gerir recursos que são de toda a sociedade e de oferecer produtos e serviços que atendam às demandas dos cidadãos.
Assim, a Gestão Pública é o termo usado, de forma ampla, para definir o conjunto de atividades que envolvem a aplicação dos conhecimentos teóricos da Administração e das Ciências Gerenciais no setor público ou no processo de interação com esse setor.
Em contraponto, a Gestão Privada, como o próprio nome sugere, é o conjunto de operações e processos que se concentram na gestão dos recursos de uma entidade privada. A gestão privada usualmente tem como objetivos ser eficiente, independente e aumentar os lucros, não recebendo interferências políticas e não levando em conta, necessariamente, para a sua atuação, os planos e projetos de governo, calcados no interesse público – sendo, neste sentido, mais independente do que a gestão pública.
Uma vez que possuem os mesmos fundamentos, existem inúmeras diferenças entre a Gestão Pública e a Gestão Privada. Da mesma forma, as convergências também são variadas. Tanto na iniciativa privada quanto na gestão pública os gestores utilizam técnicas como o planejamento, o controle, a organização e a direção, bem como apelam para estratégias de motivação e liderança, por exemplo.
As esferas pública e privada fazem trocas de conhecimentos constantes. Dessa maneira, as ferramentas de gestão, em alguns aspectos, podem apresentar aplicabilidades distintas entre si – demandando, portanto, uma certa dose de adaptação para que possam ser utilizadas em um ambiente diverso daquele para as quais foram inicialmente concebidas. Embora surjam com maior frequência na área privada, é comum que os instrumentos de gestão, quando bem-sucedidos, sejam transladados para o campo da atuação estatal.
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A convergência é a semelhança, a característica de dois ou mais elementos que confluem em um determinado local ou estado. Os pontos de convergência entre as gestões pública e privada são diversos, e mais presentes do que as suas diferenças. Podem-se citar as seguintes características:
- Ambas as áreas têm recursos (humanos, materiais, financeiros, tecnológicos, administrativos, mercadológicos) para usarem de modo adequado, sem desperdícios;
- Ambas as áreas precisam analisar a situação atual e estabelecer estratégias para alcançar seus objetivos;
- Tanto as entidades privadas quanto as públicas utilizam técnicas administrativas como planejamento, organização, direção e controle (processo administrativo) para a consecução de seus objetivos, assim como mecanismos de divisão de trabalho e técnicas relacionadas à motivação e avaliação de resultados;
- Ambas as áreas apresentam funções idênticas, como a orçamentária/financeira, a contábil, a de recursos humanos, recursos materiais, atendimento etc.;
- Ambas as áreas trabalham em prol da eficiência, da eficácia, da efetividade e da economicidade de seus projetos e processos;
- Ambas as áreas prestam contas à sociedade, já que são possuidoras de direitos e deveres diante da coletividade (responsabilidade jurídica e social), de forma que ambas precisam estar atentas às questões relativas à sustentabilidade social e ambiental.
A aplicação de modernas práticas gerenciais, o foco no cliente, o acompanhamento de resultados e excelência no desempenho – características inicialmente apresentadas na esfera da gestão privada – passaram a ser adotadas na atuação pública, provocando importantes na melhoria dos índices de qualidade dos serviços da administração pública.
O cidadão passa a ser visto como um cliente, com demandas singulares, que devem ser compreendidas e, desde que legítimas, atendidas – enquanto são utilizados, pela Administração, critérios como a autonomia na gestão, os planos de avaliação de desempenho, a economia de recursos e indicadores de desempenho para orientar a atuação do ente público.
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A divergência, por sua vez, corresponde à separação contínua e progressiva entre dois pontos que, ao longo do tempo, vão se distanciando em direções paralelas.
Veja o rol exemplificativo de divergências entre as gestões pública e privada:
- A gestão pública é geralmente orientada para o bem-estar da sociedade, enquanto na gestão privada os objetivos econômicos e financeiros são preponderantes;
- Nas instituições privadas os clientes pagam diretamente pelo serviço prestado, enquanto nas instituições públicas os cidadãos remuneram indiretamente por meio dos tributos;
- Na instituição privada há simetria entre quantidade paga e quantidade recebida – ou seja, se o cliente paga mais, ele recebe mais, enquanto na esfera pública não há, necessariamente, simetria entre quantidade paga e quantidade recebida;
- Normalmente, as atividades públicas são monopolistas; na iniciativa privada, temos um ambiente competitivo, sendo que a livre concorrência proporciona várias opções e incentiva uma maior eficiência;
- Na gestão pública, está presente um alto grau de interdependência entre as organizações: enquanto uma autoriza, outra executa e outra fiscaliza;
- Na gestão pública, as ordens e instruções estão concretizadas em leis e regulamentos.
A gestão pública e a gestão privada têm, cada uma, uma missão, cuja finalidade é dar foco e coerência às ações dessas organizações e determinar o seu campo de atuação.
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