Home-office de Servidores Públicos economiza R$ 2.4 bilhões ao ano

Juracy Braga Soares Junior
Publicado em: dom, 07/02/2021 - 09:16

Conforme divulgou o próprio Governo Federal, a economia de gastos – só entre abril e agosto de 2020 - foi da ordem de R$ 1 bilhão de reais com o home office de servidores federais. O montante foi calculado pelo Ministério da Economia ao considerar uma redução de R$ 859Mi em custeio, mais a redução de R$ 161Mi nos gastos com auxílios, isso tudo em comparação com o ano de 2019. A projeção de economia de R$ 2.4 bilhões ao ano é realizada em uma conta simples, tendo em vista que a redução de gastos em cinco meses foi de R$ 1 bilhão, isso significa uma média de R$ 200 milhões por mês.

Conforme reportagem da jornalista Basília Rodrigues, CNN Brasil, uma vez que – tanto o órgão como o servidor – desejem manter o regime de trabalho a distância, essa poderá ser uma nova conformação que o serviço público assumirá no período pós-pandemia.

Jamais seremos os mesmos, independentemente de adotarmos ou não o Home-Office.
É interessante notarmos que muitas das ferramentas que já estavam à mão há anos e eram solenemente ignoradas, por preconceito ou comodidade (para quem?), agora são a maneira ‘inteligente’ de se realizar as mais corriqueiras atividades do dia a dia nas corporações.

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Ainda de acordo com a reportagem indicada, só com diárias, passagens e despesas de locomoção, o Governo economizou quase meio bilhão de reais (R$ 471Mi). Esse valor, projetado para um ano, significa que mais de R$ 1.1Bi é economizado em cada período fiscal. E há muitos outros itens que geram economia de dinheiro do contribuinte, com a adoção do home-office. Imagine o quanto será possível economizar em contas de água; energia; aluguel; cafezinho; material de limpeza; manutenção de prédios e equipamentos etc.

O Home-Office será permanente? E em todas as atividades da Administração Pública?
Isso é algo difícil de acontecer. Em toda a Administração Pública, há uma diversidade de atividades que demandam atendimento presencial. A Educação, Saúde e Segurança Pública são exemplos de áreas que ainda exigem presença física de servidores, embora – mesmo nessas áreas – já se verifiquem nichos de atuação a distância que ganharam dinamismo e alcance. Um exemplo disso é o atendimento médico a distância ou ‘telemedicina’, que era repelido por grande parte dos profissionais de saúde e agora se mostra indispensável em certos tipos de atendimentos.

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Pesquisas recentes, contudo, e especialmente as realizadas por corporações privadas, procuram traçar um painel do que teremos no futuro. Uma publicação recente do MIT – Massachusetts Institute of Technology aponta que “o futuro será híbrido” e que já estamos experimentando “mudanças profundas na cultura do trabalho”. Embora a referida pesquisa tenha sido realizada entre corporações privadas, as conclusões do estudo apontam para os seguintes indicadores:

a.: “Os profissionais com maior potencial para o trabalho remoto são os de ciências e intelectuais, diretores, gerentes e técnicos e profissionais de ensino médio. Já entre os que possuem o menor potencial estão os trabalhadores rurais, da caça e da pesca, além de militares”; e
b.: “Se a ocupação envolve trabalho fora de um local fixo e operação de máquinas e veículos, é considerada não passível de teletrabalho”.

Há, portanto, uma grande possibilidade de que uma grande parte dos servidores optem pelo trabalho a distância, considerando que há consenso com o correspondente órgão da Administração Pública. Importante ressalvarmos que – conforme as pesquisas apontam – sempre haverá profissionais que têm interesse e/ou sentem a necessidade de participar de momentos de interação presencial. Essa deverá ser uma das características da nova modelagem em que as novas rotinas de trabalho se encaixam. Mesmo assim, imagine a possibilidade de termos órgãos públicos compartilhando espaços físicos em dias alternados, realizando reuniões híbridas para os seus servidores. Isso há dois anos era simplesmente inimaginável. Seria algo como a Administração criar seus próprios coworkings para uso compartilhado.

O que não pode acontecer?
Comprometimento da qualidade de atendimento e prestação de serviços. Qualquer que seja o modelo adotado, a qualidade do atendimento não pode ser prejudicada. Pelo contrário! Há que se desenvolverem tecnologias, ferramentas, abordagens e estratégias visando gerar ainda mais acessibilidade ao cidadão, que é o titular dos serviços públicos. Para entender melhor essa premissa, recomendo o seguinte curso:

Qualidade no Atendimento Aplicada ao Serviço Público

A vacinação em massa permitirá a retomada da Economia e a volta à vida normal. Mesmo com argumentos ‘terraplanísticos’ os mais absurdos, o fato é que a ciência vencerá a ignorância e poderá permitir o afrouxamento das medidas de isolamento social, o que viabilizará a reabertura de empresas, a retomada de viagens turísticas e outras tantas atividades que estão represadas. Infelizmente milhares de vidas foram perdidas. Outros milhares de negócios fecharam. Tantas outras milhares de pessoas enfrentam problemas de depressão e transtornos de humor. Tudo isso poderá se encaminhar – mesmo que lentamente – para a normalidade.

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Prof. Juracy Soares - e-mail: juracy.soares@unieducar.org.br
Fundador da Unieducar Universidade Corporativa. Doutor em Direito; Mestre em Controladoria; Especialista em Auditoria; Graduado em Direito e Contábeis. Certificado em Docência do Ensino Superior; Pesquisador em e-Learning. Editor-Chefe da Revista Científica Semana Acadêmica. Professor universitário e palestrante internacional. Escritor, autor do livro Enriqueça Dormindo.

REFERÊNCIAS:
RODRIGUES, Basília. Governo federal economiza R$ 1 bilhão com trabalho remoto durante a pandemia. CNN Brasil. 25/09/2020. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/business/2020/09/25/governo-federal-economi...

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